domingo, 29 de janeiro de 2017

Propaganda enviada aos soldados negros dos EUA durante a Guerra da Coreia


Soldados negros! Vocês já pararam para pensar por que vocês devem estar na Coreia, lutando contra outros povos não-brancos, enquanto linchamentos, assassinatos e ofensas se acumulam contra o povo Negro em seu país?

Eles lhe dizem que vocês estão defendendo a liberdade aqui. Que tipo de liberdade?

Desde que a Guerra da Coreia começou, ocorreram mais linchamentos e assassinatos em todas as partes do país do que antes... Morris Scott, baleado por um homem branco em Liden, Alabama; Samuel Ellis, veterano da Marinha de Philadelfia, baleado por um guarda novato no metrô... Willie Carlisle, espancado até a morte por um policial em Opelia, Alabama... Sam Jones, San Pedro, Califórnia, trabalhador da construção civil espancado até a morte por outro policial... Willie McGee levado para a cadeira elétrica no Mississipi por conta de uma acusação forjada... Ao Harry T. Moore, líder da NAACP, a Ku Klux Klan jogou uma bomba em sua cama na Florida. Essas são apenas algumas poucas, do Sul e do Norte, do Leste e do Oeste.

Eles lhe dizem que vocês chegarão mais perto da igualdade ao lutarem na Guerra da Coreia. Eles sempre fazem isso quando chega a hora de encarar as armas. É uma mentira!

O único lugar que vocês podem lutar por igualdade é em seus países.

Aqui vão alguns fatos, direto do exército, direto da Coreia. Tenente Leon Gilbert, oficial negro do 24º Regimento de Infantaria, foi injustamente levado à corte marcial e condenado com a pena de morte e 60 outros soldados condenados de 5 até prisão perpétua...Frank Whisonant, jornalista do Pittsburgh Courier escreveu que “99% e 9 décimos de homens julgados ante a Corte Marcial na Coreia são soldados negros”... Thurgood Marshall, líder da National Urban League escreveu que “apesar dos seguidos protestos, o exército dos Estados Unidos não demonstrou nenhum indício de alterar fundamentalmente sua política de Jim Crow na Coreia”.

Por acaso o Governo dos Estados Unidos, o governo de seu país, os representa adequadamente? Há 96 senadores brancos e nenhum negro. 435 deputados, dos quais apenas dois são negros. E quantos cidadãos negros foram assassinados e espancados apenas por se atreverem a votar! Tudo por seus direitos em suas casas.

E nas forças armadas as coisas são a mesma coisa. Como há um tempo atrás em 1947, o próprio Comitê de Direitos Civis do Presidente Truman admitiu: ”No exército, menos de um negro em 70 é comissionado, enquanto há um oficial branco para aproximadamente cada 7 homens alistados. Na Marinha há apenas dois Oficiais negros; e 58.571 oficiais brancos. O Corpo de Fuzileiros Navais possui 7.798 oficiais sendo nenhum deles, negro... Os dados mostram que os membros de diversas minorias, lutando e morrendo pela nação sob a qual eles encontram o cruel preconceito, descobriram que havia discriminação contra eles mesmo quando caiam na batalha”.

Tanto vocês quanto as tropas brancas estão esperando por revezamento nas tropas. O revezamento é uma extorsão e enrolação para ambos. Mas para vocês, ainda mais. Tanto no European Theater quanto na Coreia, é bem sabido o fato que soldados negros têm mais problemas em obter os pontos suficientes para voltar para casa.

O que acham que isso significa para vocês? Não veem que essa guerra contra os povos de cor da Coreia é o mesmo tipo de serviço sujo como a discriminação contra vocês, que se baseia na ideia de que os povos de cor não possuem direito de existir a não ser que se curvem para alguém, que podem ser mortos caso se atrevam a lutar por seus direitos? Uma petição para as Nações Unidas feita por líderes negros americanos coloca isso claramente: “A supremacia Branca aqui contribui para massacres aos povos não-brancos no exterior. Ambas revelam o desprezo pela vida daqueles de pele mais escura. O Napalm na Coreia e os linchamentos aqui estão ligados”.

Soldados negros!

Não estamos falando que vocês não devem ser leais aos Estados Unidos. É seu próprio país. Mas a sua luta é em seus lares, junto do movimento operário e por paz, por direitos iguais. Não é de seu interesse vir aqui e lutar contra outros povos de cor pelos lucros dos grandes monopólios.

Não estamos tentando te colocar contra os soldados brancos. Eles estão no mesmo barco que vocês. São enviados aqui para serem mortos para os lucros de grandes empresas, como vocês. Pensamos que vocês, sendo oprimidos, podem entender isso mais rapidamente do que eles. Mas muitos deles estão começando a compreender também.

Nós dizemos: Nenhum soldado americano tem interesse algum aqui na Coreia. Coreia para os coreanos. China para os chineses. América para os americanos, negros e brancos.

Dizemos: Americanos, negros e brancos, se unam e lutem pela paz!

Os Chineses e Coreanos estão lutando pelos seus próprios lares e fronteiras. Nós não atravessamos o oceano para lutar. Não invadimos os Estados Unidos com armas e bombas e nunca iremos. Não arrisquem suas vidas aqui. Peçam para ir para casa onde vocês podem lutar pelos seus próprios direitos enquanto seres humanos. Nos deixem pacificamente em nossos lares aqui.

Seus amigos
O EXÉRCITO POPULAR DA COREIA
VOLUNTÁRIOS DO POVO CHINÊS


Tradução: Gabriel Duccini

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Umkhonto we Sizwe - Lança da Nação. Fundado pelo Congresso Nacional Africano (ANC) e pelo Partido Comunista Sul-Africano (SACP) .


A formação do MK

Umkhonto we Sizwe (“Lança da Nação“) ou MK como era mais conhecido, foi criado no dia 16 dezembro de 1961. No mesmo dia em 1838, os africânderes haiam derrotado o Zulus na Batalha do rio do Sangue e era importante que a luta armada fosse lançada neste dia em particular, mais de cem anos mais tarde.
A formação de MK se seguiu a uma série de eventos que tornaram imperativo para os movimentos de libertação nacional na África do Sul avançar rumo a um desafio que tivesse impacto mais significativo sobre o governo de minoria branca. O Congresso Nacional Africano (ANC), juntamente com o Partido Comunista Sul Africano (SACP) e os membros da Aliança do Congresso, o Congresso Indiano Sul Africano , o Congresso Popular das Pessoas de Cor e do Congresso dos democratas, haviam se envolvido em atos pacíficos de resistência visando forçar o governo a finalmente reconhecer os direitos dos negros na África do Sul.
No entanto, as décadas de 1950 e 1960, mostraram a intenção do governo Sul-Africano de isolar ainda mais os negros do país através de várias leis e severas medidas repressivas. Além disso, em face de medidas repressivas por parte do Estado, surgiu a necessidade de se mudar de tática na forma como o ANC, SACP e a Aliança Congresso encaminhavam a luta pela liberdade e igualdade na África do Sul.
Multidões fugindo de balas no dia do massacre
As mudança de tática não ia ser uma coisa simples e fácil para o ANC porque há muito tempo que a organização havia abraçado aas táticas da “não-violência”, uma abordagem defendida pelo chefe Albert Luthuli, presidente do ANC naquele momento. Além da postura do “não-violência” que o ANC abraçou, haviam outras questões que não recomendavam a adoção da luta armada. Por exemplo, havia o fato de que no momento em que a decisão para formar a MK foi tomada, o CNA havia sido declarado proibido de atuar, enquadrado numa lei contra as organizações ilegais de 1960. Portanto, com a decisão de pegar em armas pelo ANC colocava a sua Aliança Congresso sob o risco de ser banida.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Tese Sobre a Questão Negra: 4º Congresso da Internacional Comunista realizado no período 5 Novembro – 5 Dezembro de 1922


1
Durante e depois da guerra um movimento revolucionário começou a desenvolver-se entre os povos coloniais e semi-coloniais e este movimento ainda desafia a dominação do capital mundial. Portanto, se o capitalismo é para continuar, ele deve entrar em acordo com o problema cada vez mais difícil de como intensificar a sua colonização das regiões habitadas por pessoas negras. O capitalismo Francês reconhece claramente que o poder pré-guerra do imperialismo Francês só pode ser mantido através da criação de um império Franco-Africano, defendido por uma ferrovia Trans-Saariana. Os magnatas financeiros Americanos (que já exploram 12 milhões de negros no seu próprio país) começaram uma invasão pacífica de África. A medida em que a Grã-Bretanha, por sua vez, teme qualquer ameaça à sua posição na África é claramente mostrada pelas medidas extremas que tomou para reprimir as greves na África do Sul.(1) Embora a concorrência entre as potências imperialistas no Pacífico cresceu com a ameaça de uma nova guerra mundial, a rivalidade imperialista na África, também desempenha um papel sinistro. Finalmente, a guerra, a revolução Russa e a rebelião anti-imperialista entre os povos asiáticos e muçulmanos têm despertado a consciência de milhões de negros que durante séculos foram oprimidos e humilhados pelo capitalismo na África, e, provavelmente, ainda em maior grau na América.
2
A história dos negros americanos preparou-os para desempenhar um papel importante na luta de libertação de toda a raça Africana. Há 300 anos, os negros Americanos foram arrancados da sua terra natal Africana, transportados para a América em navios negreiros e, em condições indescritivelmente cruéis, vendidos como escravos. Por 250 anos, eles foram tratados como gado humano, sob o chicote do feitor Americano. O seu trabalho limpou as florestas, construiu as estradas, cultivou o algodão, construiu as ferrovias nas quais repousa a riqueza da aristocracia do sul dos EUA. A recompensa para seu trabalho era o analfabetismo, a pobreza e a degradação. Os negros não eram escravos dóceis; a sua história é cheia de revoltas, rebeliões, e uma luta clandestina pela liberdade, mas todos os seus esforços para se libertarem foram violentamente reprimidos. Eles foram torturados, enquanto a imprensa burguesa justificava a sua escravidão. Quando a escravidão se tornou num obstáculo que impede o desenvolvimento pleno e irrestrito da América para o capitalismo, quando esta escravidão entrou em conflito com a escravidão do trabalho assalariado, ela teve que ceder. A guerra civil, que não era uma guerra para a emancipação dos negros, mas uma guerra para a preservação da hegemonia industrial do Norte, confrontou os negros com uma escolha entre o trabalho forçado no Sul e a escravidão salarial no Norte. O sangue, suor e lágrimas dos "emancipados" negros ajudaram a construir o capitalismo Americano, e quando o país, que agora se tornou uma potência mundial, foi inevitavelmente puxado para a [primeira] Guerra Mundial, os negros Americanos ganharam igualdade de direitos com os brancos... para matar e para morrer pela "democracia". Quatrocentos mil proletários de cor foram recrutados para o exército Americano e organizados em regimentos especiais. Estes soldados negros mal tinham retornado do banho de sangue da guerra antes de serem confrontados com a perseguição racial, linchamentos, assassinatos, a negação dos direitos, a discriminação e desprezo geral. Eles lutaram, mas pagaram caro pela tentativa de fazer valer os seus direitos humanos. A perseguição de negros tornou-se ainda mais difundida do que antes da guerra, e os negros mais uma vez aprenderam a "conhecer o seu lugar". O espírito de revolta, inflamado pela violência pós-guerra e da perseguição, foi suprimido, mas os casos de crueldade desumana, como os eventos em Tulsa City em Oklahoma (cena de um massacre em 1921) ainda incendeia os ânimos novamente. Isto, somado à industrialização da pós-guerra dos negros no Norte, coloca os negros Americanos, em especial os do Norte, na vanguarda da luta pela libertação dos negros.
3
A Internacional Comunista está extremamente orgulhosa de ver os trabalhadores explorados negros resistindo aos ataques dos exploradores, uma vez que o inimigo da raça negra e o inimigo dos trabalhadores brancos é o mesmo — o capitalismo e o imperialismo. A luta internacional da raça negra é uma luta contra o inimigo comum. Um movimento negro internacional com base nesta luta deve ser organizado: nos Estados Unidos, o centro da cultura negra e protesto negro, na África, com a sua reserva de mão-de-obra humana para o desenvolvimento do capitalismo, na América Central (Costa Rica, Guatemala, Colômbia, Nicarágua e outros países "independentes"), onde o domínio do capitalismo Americano é absoluto, em Porto Rico, Haiti, São Domingos e outras ilhas do Caribe, onde o tratamento brutal dos nossos irmãos negros pela ocupação Americana provocou um protesto em todo o mundo de negros conscientes e trabalhadores brancos revolucionários, na África do Sul e Congo, onde a industrialização crescente da população negra levou a todos os tipos de revoltas, e no leste da África, onde as incursões do capital mundial levou a população local a iniciar um activo movimento anti-imperialista.

4
A Internacional Comunista deve mostrar aos negros que eles não são os únicos a sofrer a opressão capitalista e imperialista, que os trabalhadores e camponeses da Europa, Ásia e América também são vítimas do imperialismo, que a luta negra contra o imperialismo não é a luta de um único povo, mas de todos os povos do mundo; que na Índia e na China, na Pérsia e Turquia, no Egipto e Marrocos, os povos oprimidos não-brancos das colónias estão lutando heroicamente contra os seus exploradores imperialistas; que esses povos estão se levantando contra os mesmos males, ou seja, contra a opressão racial, desigualdade e exploração, e estão lutando pelos mesmos fins — emancipação política, económica, social e pela igualdade.
A Internacional Comunista representa os trabalhadores e camponeses revolucionários de todo o mundo na sua luta contra o poder do imperialismo — não é apenas uma organização dos trabalhadores escravizados brancos da Europa e da América, mas é também uma organização dos povos oprimidos não-brancos do mundo, que assim incentivam e apoiam as organizações internacionais dos negros na sua luta contra o inimigo comum.
5
A questão negra tornou-se parte integrante da revolução mundial. A Terceira Internacional já reconheceu a valiosa ajuda que os povos de cor Asiáticos pode dar à revolução proletária, e ela percebe que nos países semi-capitalistas, a cooperação com os nossos irmãos negros oprimidos é extremamente importante para a revolução proletária e para a destruição do poder capitalista. Portanto, o IV Congresso dá aos comunistas a responsabilidade especial de vigiar de perto a aplicação das "Teses sobre a questão colonial" à situação dos negros.
6
1.          O IV Congresso considera essencial apoiar todas as formas do movimento negro que visam minar ou enfraquecer o capitalismo e o imperialismo ou impedir a sua expansão.
2.          A Internacional Comunista lutará pela igualdade racial de negros e brancos, por salários iguais e igualdade de direitos sociais e políticos.
3.          A Internacional Comunista fará todo o possível para forçar os sindicatos a admitirem trabalhadores negros onde a admissão é legal, e vai insistir numa campanha especial para alcançar este fim. Se esta não tiver êxito, ela irá organizar os negros nos seus próprios sindicatos e então fazer uso especial da táctica da frente única para forçar os sindicatos gerais a admiti-los.
A Internacional Comunista vai tomar imediatamente medidas para convocar uma conferência ou congresso internacional negro em Moscovo.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Por Claudia Jones: Um Fim Para a Negligência dos Problemas das Mulheres Negras - 1949




Um Fim Para a Negligência dos Problemas das Mulheres Negras é um texto da comunista Claudia Jones, que foi jornalista e membra do Comitê Nacional do Partido Comunista dos Estados Unidos e secretária executiva da Comissão das Mulheres. Seu artigo de 16 páginas, intitulado "Um fim para a negligência dos problemas das mulheres negras", apareceu na edição de junho de 1949 da PA1949, Assuntos Políticos. No artigo, Jones descreve as origens e variedades de opressão contra as mulheres negras. Ela se concentra na exploração tripla sofrida por mulheres negras em sua condição de mulheres, negras e trabalhadoras. A autora denuncia esta situação não só no local de trabalho, mas também dentro dos sindicatos e organizações políticas de cunho progressistas , incluindo o Partido Comunista.
Trecho: "As mulheres negras - como operárias, como negras e como mulheres - são o estrato mais oprimido de toda a sociedade". Há um "crescimento da participação militante das mulheres negras em todos os aspectos da luta pela paz, pelos direitos civis , e segurança econômica ". De fato," os capitalistas sabem, muito melhor do que a maioria dos progressistas parecem saber, que uma vez que as mulheres negras agem, a militância de todo o povo negro e, portanto, da coalizão anti-imperialista é muito melhorada."
Jones identifica as capacidades especiais das mulheres negras. "Desde os dias dos traficantes de escravos até o presente", elas foram as guardiães, protetoras e defensoras de seus filhos e famílias. Assim, "não é acidental que a burguesia americana tenha intensificado sua opressão, não só do povo negro em geral, mas também das mulheres negras em particular". Ela observa que as mulheres negras organizam suas próprias organizações de massa; Elas "são as verdadeiras forças ativas - as organizadoras e as trabalhadoras - em todas as instituições do povo negro".
Jones aponta para o abuso econômico dos negros. Ela examina a situação das trabalhadoras domésticas e a exclusão do trabalho organizado dos trabalhadores negros. Ela pede aos sindicatos que aceitem mulheres negras e que os trabalhadores domésticos sejam organizados.
Jones lamenta que, "A taxa de mortalidade de maternidade para mulheres negras é 3 vezes maior que a de mulheres brancas." Ela aponta para altas taxas de mortalidade para crianças negras. (As taxas de mortalidade das mães negras em 2012 eram quase 4 vezes mais que as das mães brancas. Sim, as taxas de mortalidade para crianças negras e crianças mais velhas na era de Jones eram duas vezes mais para as crianças brancas, e isso não mudou.)
Ela denuncia Ideólogos burgueses por relegarem todas as mulheres a" cozinha, igreja e lar ", mas também por ignorar a presença de trabalhadoras domésticas negras" nos lares de outras pessoas ". Ela acha que os negros têm" uma responsabilidade especial em erradicar atitudes de superioridade masculina no que se refere às mulheres em geral.
Incluído no levantamento de Jones são notícias emblemáticas de assaltos a mulheres negras e fragmentos de diálogo destacando atitudes regressivas. Ela identifica as mulheres negras individuais que resistiram e / ou organizaram ações trabalhistas. Jones defende que as mulheres negras - as mulheres "mais exploradas" - se juntem às organizações progressistas e ao Partido Comunista.
Através da "participação ativa" como trabalhadoras no "movimento de libertação nacional", as mulheres negras "contribuirão para toda a classe trabalhadora americana, cuja missão histórica é a conquista de uma América socialista - a garantia final e plena da emancipação feminina".
Seu ensaio conclui: "As fortes capacidades, militância e talentos organizacionais das mulheres negras podem ser uma poderosa alavanca para trazer trabalhadores negros - homens e mulheres - como as principais forças do movimento de libertação do povo negro, para cimentar a unidade dos negros e brancos na luta contra o imperialismo de Wall Street ".
https://www.facebook.com/groups/minervino.rj/
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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Vereador Fernando Holyday quer por fim ao Dia da Consciência Negra

O vereador de São Paulo, Fernando Holiday (DEM), pretende apresentar uma proposta para por fim ao Dia da Consciência Negra, data celebrada em 20 de novembro. Não se dando por satisfeito, em entrevista à TV Câmara no dia 04/01 , afirmou ainda que vai propor o fim das cotas raciais em concursos públicos municipais da capital. Eleito com pouco mais de 48 mil votos é um ativista de direita e do chamado Movimento Brasil Livre (MBL). Em novembro do ano passado, o jovem publicou em uma rede social que é “um absurdo” existir uma data como o Dia da Consciência Negra, que “homenageie um homem assassino escravagista.” O dia 20 de novembro foi escolhido como homenagem à morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, assassinado neste dia.
“Vou ter propostas de várias frentes, algumas delas mais polêmicas, como propor o fim das cotas raciais em concursos públicos municipais em São Paulo. É um debate que há muito tempo venho encampando, contrário às cotas porque acredito que elas reforçam o machismo ao invés de ajudar os negros. Vou propor a mudança da justificativa do Dia da Consciência Negra, que é um feriado complicado, que muitas vezes por atrapalhar esse combate (contra o racismo)”, explicou Holiday na TV Câmara.