O teatro era a forma
artística que ela conhecia com profundidade. Intérprete, a Thereza que chega a
São Paulo fugida da perseguição da polícia política já vislumbrava investir na
carreira profissional de atriz. Ela fora formada por duas vertentes teatrais avizinhadas,
porém concorrentes. Eram, pois, duas propostas artísticas bastante vigorosas no
Rio de Janeiro. De um lado, uma passagem longa pelo Centro Popular de Cultura
(CPC), na União Nacional dos Estudantes, a UNE; de outro, uma participação
curta e impactante no Teatro Experimental do Negro, o TEN. Thereza ingressou na
Juventude Comunista aos quinze anos de idade; já tinha, portanto, desde sua
formação secundarista, vínculos fortes com a militância política e com os meios
artísticos do PCB. Mas foi quando ingressou no ensino superior, na Faculdade
Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, contrariando sua mãe, que
desejava ver a filha médica, que Thereza se envolveria mais profundamente com o
teatro. Na universidade, os veteranos eram seus velhos conhecidos da órbita do
partidão. No núcleo artístico do CPC, Thereza se envolveu com o teatro
engajado, de rua, que atingia grande concentração de trabalhadores:
Os palcos eram os terminais de ônibus ou a Central do Brasil
na hora do rush. Os cenários eram caixotes de frutas e legumes que
carregávamos. Muitas vezes a polícia chegava e baixava o pau, armava um
corredor polonês e não tinha como escapar sem algumas cacetadas. Tudo pela
revolução sonhada!
Leia mais em... http://www.revistas.usp.br/plural/article/viewFile/83619/86550
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